O cérebro humano mede o tempo por meio da observação dos movimentos. Se alguém ficar dentro de uma sala branca vazia, sem nenhuma mobília, sem portas ou janelas e sem relógio, certamente perderá a noção do tempo. Por alguns dias, a mente detectará a passagem do tempo sentindo as reações internas no corpo, incluindo os batimentos cardíacos, ciclos de sono, fome, sede e pressão sanguínea. Então, quando o tempo houver passado, se perderá completamente a noção das horas, dos dias, ou dos meses.
Isso acontece porque a noção de passagem do tempo deriva do movimento dos objetos, pessoas, sinais naturais e da repetição de eventos cíclicos, como o nascer e o pôr do sol. Se alguém tirar estes sinais sensoriais da vida, simplesmente perde-se a noção da passagem do tempo, porque o cérebro é extremamente otimizado, ele evita fazer duas vezes o mesmo trabalho.
Um adulto médio tem entre 40 e 60 mil pensamentos por dia. Qualquer um ficaria "louco" se o cérebro tivesse que processar conscientemente tal quantidade. Por isso, a maior parte destes pensamentos é automatizado e não aparece no índice de eventos do dia.
Para que ninguém fique “louco”, o cérebro faz parecer que nada foi visto, não sente e não vivencia aqueles pensamentos automáticos e repetitivos.
Uma vez que, se vive alguma experiência pela primeira vez, ele dedica muitos recursos para compreender o que está acontecendo. É quando a pessoa se sente mais viva. Conforme a mesma experiência vai se repetindo, ela vai simplesmente colocando suas reações no modo automático e "apagando"as experiências duplicadas.
Exemplo: Quando se aprende a dirigir, tudo parece muito complicado, o câmbio, os espelhos, os outros veículos, a atenção parece ser requisitada ao máximo. Então, um dia se dirigi trocando as marchas, olhando os semáforos, lendo os sinais ou até falando ao celular (proibido no Brasil), ao mesmo tempo, e passa a usar apenas uma pequena "área" da atenção para isso. O cérebro já sabe o que está escrito nas placas (não se lê com os olhos, mas com a imagem armazenada na mente). O cérebro já sabe qual marcha trocar (ele simplesmente pega as experiências passadas e usa, no lugar de repeti-las). Não se vivenciou aquela experiência, pelo menos para a mente. Aqueles críticos segundos de troca de marcha, leitura de placa, são apagados da noção de passagem do tempo.
Que relação tem isso com a aparente aceleração do tempo? Tudo!!!!
Quando começa a se repetir algo, a mente apaga a experiência repetida, a fim de poupar o cérebro e não sobrecarregá-lo.
Conforme a chegada do envelhecimento, as coisas começam a se repetir, com as mesmas ruas, pessoas, problemas, desafios, programas de televisão, etc.
As experiências novas (aquelas que fazem a mente parar e pensar de verdade, fazendo com que o dia pareça ter sido longo e cheio de novidades), vão diminuindo, ou seja, o que faz o tempo parecer que acelera é a própria rotina!
No entanto a rotina é essencial para vida e para o aperfeiçoamento do nosso cotidiano!
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