Quando a criança perde uma pessoa querida como pai, mãe, irmãos, primos, tios ou avós, ela fica muito triste e cheia de dúvidas. Contudo esta morte é também sofrida por seus familiares, que atônitos, estão sem condições de prover os cuidados e atenção até então mantidos com ela. Importante salientar que, passado este momento difícil, a criança deve sentir-se segura e amada para enfrentar a ausência do ente querido. Porém, se mostrar tristeza e negar-se a acreditar na morte de fato, poderá desenvolver conflitos quando tornar-se adulta.
Após a morte de alguém a criança pode manifestar um comportamento irritadiço, ter pesadelos, medos ou tornar-se agressiva com aqueles que lhe cercam. Não obstante, sabemos que a reação de uma criança diante do luto está diretamente relacionada à forma como seus familiares e outras pessoas lidam com esta questão nas semanas e meses seguintes a perda.
Quando um adulto encobre dela a verdade sobre a morte, tende a deixá-la confusa e insegura, pois certamente perceberá que algo aconteceu e que todos estão agindo de forma diferente.
Faz-se necessário deixá-la à vontade para manifestar seus sentimentos. Jamais obrigá-la a ir ao enterro ou velório. Permitir e respeitar a sua escolha e encontrar outro modo de se despedir ou recordar, através de fotos, filmes, pertences pessoais e/ou rezar, dependendo da crença familiar.
Mesmo a criança que nunca sofreu perdas necessita do adulto para falar sobre a morte e esclarecer suas dúvidas. Conversar com ela e tentar ser verdadeiro diante da perda. Dependendo da idade, inventar histórias ou fábulas pode criar uma falsa expectativa de regresso ou pensamentos fantasiosos, dificultando o entendimento ante a perda como algo definitivo, uma vez que é essencial respeitar o tempo interno que cada criança tem para compreender a morte e também levar em consideração o seu desenvolvimento cognitivo e emocional. Crianças muito pequenas acreditam que a morte possa ser temporária e reversível, tal como acontece em muitos desenhos, onde os personagens morrem e voltam a viver durante a animação.
Deve-se utilizar de palavras simples e experiências que lhes são familiares e aguardar que a criança demonstre novamente vontade de falar sobre este assunto. Mas ao perceber-se o sofrimento contínuo e prolongado, buscar a orientação de um psicólogo para ela e sua família.
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