Encontram-se situações onde: “pode praticamente tudo”. Todos são livres para pensar, agir, fazer, buscar, ter, encontrar, querer, poder... Porém, não sabem se colocarem diante destas circunstâncias. Quando adultos e responsáveis por seus atos, passam a sofrer com estas dúvidas, e certamente surgem muitas preocupações quanto à forma de orientar suas crianças e seus adolescentes.
Freqüentemente surgem queixas dos filhos no que se refere aos pais. Alguns são vistos e taxados como pais repressores, outros como liberais ou ausentes. Por vezes há dificuldades no relacionamento mais próximo com os pais, que se revela um tanto desgastado e “frio”, que poderá originar à falta da identidade paterna, conseqüentemente um filho sem identidade afetiva. No entanto, muitas vezes o excesso de gratificação também pode anular e prejudicar os filhos.
Os conflitos estão sempre presentes em qualquer tipo de relação, seja familiar e/ou social. Principalmente quando existem traços de hereditariedade evidentes. Muitos dos “defeitos ou virtudes” acrescidos de vivências pessoais incidem de forma significativa nas relações, dificultando a maneira de lidar com o comportamento e os limites dos filhos.
Por exemplo, um pai relativamente crítico, costuma fazer ponderações, nem sempre aceitas por sua filha, a maneira com se veste, um pouco audaciosa na visão do pai, pode ser um motivo desencadeador de uma discussão. Há um desejo de domínio sobre a filha, ao chamar a atenção de forma agressiva, inconscientemente o pai acredita que tenha autoridade para tanto. Sente-se sofrido, “não deseja dividi-la” ou “vê-la crescer”, necessitando fortemente manter unidos estes laços afetivos entre pai e filha, com ou sem o consentimento dela.
A mãe, por sua vez, não consegue ver seus filhos crescidos e independentes. No seu imaginário, mantém os mesmos cuidados, quando ainda eram crianças. Esta visão de passado da mãe pode dificultar o desejo do filho em buscar suas próprias experiências, sentindo-se limitado em algumas situações, ou mesmo inconscientemente, sendo impulsionando para outras. Isto poderá alimentar uma desorganização emocional frente ao certo e/ou errado. Dificilmente são atitudes parentais aceitas pelos filhos. Porém, com o passar do tempo e com o amadurecimento emocional, quando um dia estes filhos tornar-se-ão pais, possivelmente aceitarão melhor e internalizando estes sentimentos, desde que a estrutura familiar ainda não tenha se esvaziado.
Muitos pais e/ou filhos reprimem seus sentimentos, e poucos são aqueles que conseguem expressá-los adequadamente, e buscar a felicidade dentro do seio familiar.
Os filhos sempre serão a extensão de seus pais, seja num relacionamento satisfatório ou não. Sobretudo cabe aos pais reverem as atitudes críticas nas relações, e tentarem resgatar com seus filhos a situação conflitante, que tenderá a se instalar futuramente.
Jamais será tarde para recuperar sentimentos e vivenciá-los de forma adequada às necessidades de cada família.
“Ter uma vida familiar afetiva leva o sujeito a ter uma vida pessoal e profissional de sucesso”.
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