O maior
problema para assimilarmos esta realidade está no conceito arcaico de que:
"quem é bom, é bom em tudo"; isto é, a pessoa inteligente,
tem que saber tudo e ser habilidosa no que faz. Posição equivocada que
Howard Gardner aprofundou em suas pesquisas e estudos
registrados, especialmente, em sua obra Inteligências Múltiplas. Insight que
ele transformou em pesquisa cientificamente comprovada, que o alçou à posição
de um dos maiores educadores de todos os tempos.
Pode-se afirmar que a dislexia tem base neurológica, e existe uma incidência expressiva de fator genético em suas causas, transmitido
por um gene do cromossomo # 6 e por ser
dominante, torna a dislexia altamente hereditária, e justifica que se
repita nas mesmas famílias.
Estudos revelam que o disléxico tem a área
específica de seu hemisfério cerebral lateral direito mais desenvolvida do que
leitores considerados “normais”. Condição justificada ao seus
"dons" como expressão de seu potencial, que poderá
estar relacionado à sensibilidade, artes, atletismo, mecânica, visualização em
3 dimensões, criatividade na solução de problemas e habilidades intuitivas.
Uma pesquisa mais clara da dinâmica do
comando cerebral em dislexia, anunciou uma descoberta neurofisiológica, que justifica a falta de consciência
fonológica do disléxico, a determinante mais forte da probabilidade de sua
falência no aprendizado da leitura.
Descobriu-se que há dois mecanismos
inter-relacionados no ato de ler: o mecanismo de fixação visual e o mecanismo
de transição ocular demonstraram que crianças disléxicas e não-disléxicas não
apresentaram diferença na fixação visual ao ler; mas que os disléxicos, porém,
encontraram dificuldades significativas em seu mecanismo de transição "ao correr
dos olhos", em seu ato de mudança de foco de uma sílaba a outra, fazendo com
que a palavra passasse a ser percebida, visualmente como se estivesse borrada,
com traçado carregado e sobreposto. Sensação que dificulta a discriminação
visual das letras que formam a palavra escrita. "... É como se as
palavras dançassem e pulassem diante dos olhos do disléxico".
Dislexia é causa ainda ignorada de evasão
escolar em nosso país, e uma das causas do chamado "analfabetismo
funcional", por permanecer envolta no desconhecimento, na desinformação ou
na informação imprecisa. Não é considerada como desencadeante de insucessos no
aprendizado, de cada 10 alunos em sala de aula, dois são disléxicos, com algum
grau importante de dificuldades.
Ainda é de extrema relevância considerar
estudos americanos, que provam ser de 70% a 80% o número de jovens delinquentes
nos USA, que apresentam algum tipo de dificuldades de aprendizagem. É comum que crimes violentos sejam praticados por pessoas que têm dificuldades
para ler. E quando, na prisão, eles aprendem a ler, seu nível de agressividade
diminui consideravelmente.
Dislexia é uma específica dificuldade de
aprendizado da Linguagem: em Leitura, Soletração, Escrita, em Linguagem Expressiva
ou Receptiva, em Razão e Cálculo Matemáticos, como na Linguagem Corporal e
Social. Não tem como causa falta de interesse, de motivação, de esforço ou de
vontade, como nada tem a ver com acuidade visual ou auditiva como causa
primária. Dificuldades no aprendizado da leitura, em diferentes graus, é característica
evidenciada em cerca de 80% dos disléxicos.
Dislexia, antes
de qualquer definição, é um jeito de ser e de aprender; reflete a expressão
individual de uma mente, muitas vezes sutil e até genial, mas que aprende de
maneira diferente, portanto necessita de um um olhar diferenciado do educador.
Christina
Luczynski
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