
Essa ideia se reflete também nas empresas. Uma enquete recente da Associação Espanhola de Direção e Desenvolvimento de Pessoas (Aedipe), feita com executivos de nível gerencial, descobriu que 87% dos entrevistados acreditam que oferecer condições favoráveis de trabalho, faz se sentirem profissionalmente mais satisfeitos, sendo assim uma estratégia adequada para melhorar a competitividade empresarial.
Entre os efeitos mais estudados em relação à felicidade no trabalho está o desempenho. Tal é o interesse nessa área que alguns autores a definem como o “santo graal” da pesquisa organizacional. A este respeito, muitos trabalhos estabelecem relação clara entre satisfação X produtividade.
Um estudo conduzido pela Universidade de Creta
na indústria de fast-food mostrou que trabalhadores com maior nível de
comprometimento produziam mais. No entanto, um fato que complica a situação é
que os indicadores utilizados para “medir” a felicidade no trabalho são muito
variados.
Pode ser que a felicidade não leve a melhores
desempenhos, mas ao obter sucesso profissional, a pessoa se mostre mais feliz e
satisfeita. Parece lógico haver uma relação bidirecional entre as duas
variáveis. Essa foi à questão que o pesquisador Daniel Koys, da Universidade
DePaul, tentou entender quando desenvolveu uma pesquisa longitudinal de dois
anos.
O cientista concluiu que a felicidade no
trabalho se relaciona de forma mais positiva com o rendimento, o número de vendas e
a satisfação do cliente, uma vez que, o aspecto principal é ser feliz para render melhor e não o inverso.
Podemos pensar também que o bem estar esteja
associado à maior capacidade de encontrar soluções inteligentes para os
desafios. Então se descobriu que o bom humor garante a criatividade do dia
seguinte.
Outro ponto importante: a felicidade no trabalho parece estar associada a comportamentos de sociabilidade com os colegas e clientes, que reforçam e ao mesmo tempo podem ser reforçados, por estados positivos de ânimo e humor, o que costuma atenuar ou reduzir situações negativas nas organizações.
O professor Peter Warr, da Universidade de
Sheffield, salienta que a satisfação se relaciona de maneira negativa com o
número de faltas. Ele afirma também que a felicidade reduz o comportamento
contraproducente, como não cumprir as obrigações de forma proposital,
desperdiçar ou usar recursos da empresa para fins pessoais e/ou apropriar-se de
material de escritório.
Estudiosos argumentam que pessoas menos realizadas com seu trabalho se
mostram mais pessimistas, predispostas a adotar posturas defensivas e pouco
cooperativas em relação aos colegas. Em contrapartida, emoções positivas ajudam a expandir e
desenvolver habilidades e vínculos sociais. Ou seja, favorecem a aquisição e o
desenvolvimento de novas habilidades que preparam as pessoas para futuros
desafios, bem como a satisfação pessoal.
Fonte:
Mente e Cérebro
Obra: Tarcila do Amaral
Obra: Tarcila do Amaral
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