domingo, 20 de dezembro de 2015

Abuso Sexual Infantojuvenil


O abuso sexual contra crianças e adolescentes é configurado como um grave problema social, sendo uma das grandes preocupações em todo mundo. Estudos revelam que esse tipo de violência traz sérias consequências às vítimas, no momento em que o fato ocorre, bem como seus reflexos durante a vida adulta. 
Nas últimas décadas, o Brasil tem se destacado na análise acerca desse tema, no entanto, ainda há um imenso caminho para percorrer no sentido de pôr em prática efetivamente o Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA.
Pesquisas revelam que o dano psíquico do abuso sexual a criança está relacionado com os seguintes fatores:
Ø  a idade em que inicia o abuso
Ø  a duração do abuso
Ø  o grau de violência
Ø  a ameaça de violência
Ø  a diferença de idade entre o agressor e a vítima
Ø  o tipo de relacionamento entre as partes
Ø  a ausência das figuras parentais
Ø  o nível do segredo entre as partes

Porém, não se deve julgar a severidade da agressão sofrida, apenas pelas suas consequências, e pelo seu dano físico e/ou psicológico, mas também por se tratar de uma violação da lei, logo um crime contra um inimputável.

As vítimas tendem a ser afetadas de diferentes formas: enquanto algumas apresentam efeitos mínimos, outras desenvolvem severos problemas de ordem emocional, social e psíquico. O impacto vai depender dos fatores inerentes (vulnerabilidade e resiliência) e externos à criança (recursos sociais, emocionais, funcionamento familiar, condições financeiras, educacionais e/ou afetivos).

O abuso sexual contra crianças e adolescentes é um agravante social, que se configura também em um problema de saúde pública.
Por versar de um fenômeno complexo e controverso, a violência sexual contra o menor é, na maioria das vezes, praticada por indivíduos que se utilizam irresponsavelmente do seu papel de cuidador.

Nesse contexto, o gênero feminino se mostra como a vítima preferencial desse tipo de agressor, uma vez que se encontra inserida numa estrutura onde sofre com as relações de poder expressas pela capacidade física, mental e social do abusador, enquanto está imolada diante da sua imaturidade cognitiva e submissa a figura de autoridade paterna e/ou daquele sujeito mais velho.

Esta configuração de maus tratos traz às suas vítimas consequências negativas ao longo do seu desenvolvimento intelectual, comportamental, afetivo e social. Trata-se também de uma transgressão à Lei Federal no 8069/1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente, portanto um problema de ordem jurídica criminal, requerendo uma intervenção igualmente severa e legal.

Pode-se inferir que a parceria de vários setores da sociedade é de extrema importância no amparo, identificação, intervenção e tratamento da vítima de abuso, bem como de sua família. É fato que ainda existe uma enorme carência nesse sentido e que o Brasil precisa com urgência criar mecanismos que promovam a capacitação dos profissionais das áreas de saúde, educação e jurídica, para identificar e intervir com brevidade esse fenômeno que desestrutura a sociedade. É relevante também destacar a importância de um maior investimento em educação, pesquisas e, sobretudo, na prevenção e tratamento de qualidade.


Fonte: Psicologado

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