Atualmente o autismo
é percebido como um transtorno global do desenvolvimento caracterizado por uma
incapacidade qualitativa na integração social, na comunicação verbal e não verbal.
A criança demonstra um repertório de atividades e interesses acentuadamente
restrito, constatado aproximadamente aos três anos de idade.
Existem ainda características
peculiares como a falta de apego com as demais pessoas. A não distinção entre
os pais, outros adultos e cuidadores podem ser tratados como indiferença. Os Autistas
dificilmente procuram carícias ou retribuem carinhos.
A prevalência do
autismo tem variado de 40 a 130 por 100.000, ocupando o terceiro lugar entre os
distúrbios do desenvolvimento, na frente das malformações congênitas e da
síndrome de Down. A incidência é quatro vezes maior em meninos do que em
meninas. As meninas tendem a ser mais afetadas severamente, por conta de um QI
mais baixo que os meninos.
Sabe-se que o tratamento do autismo
consiste de: intervenções psicológicas, educacionais, orientação familiar,
desenvolvimento da linguagem e/ou comunicação. O ideal é que uma equipe
multidisciplinar avalie e proponha um programa de intervenção de acordo com as
necessidades daquela criança com: psiquiatra, psicólogo, fonoaudiólogo, terapeuta
ocupacional, fisioterapeuta e educador físico.
A convivência compartilhada da criança com autismo na escola, a partir
da sua inclusão no ensino comum, torna-se possível a partir de contatos sociais,
que favorecem não só o seu desenvolvimento, e também dos seus colegas, e na
medida em que estes possam conviver e aprender com as diferenças fica mais
fácil. Proporcionar às crianças com autismo oportunidades de se relacionarem com
outras da mesma faixa etária possibilita o estímulo às suas capacidades
interativas, impedindo o isolamento contínuo. Além disso, as habilidades
sociais são passíveis de serem adquiridas pelas trocas que acontecem durante o
processo da aprendizagem.
O Treinamento de
Habilidades Sociais - THS pode ser definido como uma tentativa direta e
sistemática de ensinar estratégias e habilidades interpessoais aos indivíduos,
com a intenção de melhorar sua competência interpessoal individual em tipos
específicos de situações sociais. O THS se adere a um enfoque comportamental de
aquisição da resposta, ou seja, concentra-se na aprendizagem de um novo
repertório de respostas.
Mesmo que as crianças
autistas apresentem uma condição patológica crônica, os programas de
intervenção precoce podem produzir ganhos significativos e mesmo duradouros. De
fato, é coerente pensar que crianças com autismo apresentem progressos
distintos de crianças não autistas, entretanto, é sabido que o Treinamento de
Habilidades Sociais pode mudar o prognóstico de crianças autistas.
Embora o autismo seja
considerado um transtorno de muitas faces e ainda sem respostas específicas, as estratégias
de intervenção como o treinamento em habilidades sociais tem sido apontada como
uma possibilidade de tratamento com essas crianças. Esse tipo de intervenção
não objetiva a cura, pois, até o presente momento o autismo é considerado um
quadro patológico crônico, mas apresenta uma evolução importante na sua vida.
Fonte. Psicologia
Clínica
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