O luto é um conjunto de reações a uma perda significativa, geralmente pela morte de alguém importante em nossa vida, e quanto maior fora o apego, maior será o sofrimento do luto.
O
luto é uma experiência angustiante,
que faz parte da vida, mas certamente neste momento da pandemia está mais
presente em muitas famílias, como nunca esteve antes.
Falava-se
pouco sobre a morte, porque nos deparávamos com menos frequência. Víamos a
morte de um amigo, irmão, pais, marido, entre outros, como uma experiência relativamente
comum no percurso da vida. No entanto, atualmente estas perdas estão fazendo parte
do nosso cotidiano, estamos travando uma batalha diante de um inimigo
invisível, e cientes de sua existência.
Estamos
sem tempo para aprender a lidar com o luto.
Precisamos entender que a morte física é sofrida, mas é transitória, pois
o corpo não responde aos estímulos vitais, mas a alma permanece ativa no plano
espiritual, que necessita de muitas preces, essências para quem parte e para
quem fica no plano terrestre.
Apesar
das diferenças culturais, a forma como se vivencia o luto é semelhante. Embora ocorra após a
perda de alguém de extrema importância, o mesmo poderá surgir em outras
ocasiões, como: depois de um aborto, da morte de um recém-nascido ou a perda
precoce de um filho, até mesmo por um bichinho de estimação.
Nos
dias seguintes à morte a maioria das pessoas passa por uma fase de descrença, de
inconformidade e ficam confusas, como se não pudessem acreditar no que aconteceu.
Mesmo quando a morte é esperada, este sentimento pode surgir como um torpor ou
dormência emocional. Observar o corpo da pessoa falecida para alguns pode ser
um modo importante de começar a ultrapassar tal situação. Durante o velório e o
enterro a realidade começa a ser encarada. Apesar de ser muito difícil lidar
com o fato, surge um momento de dizer adeus àquele que tanto se ama. Contudo,
estamos vivenciando uma situação em que o luto requer uma elaboração, sem este
ritual fúnebre, o que nos remete na busca de mais orações para o enfrentamento
desta dor.
Neste
ciclo poderá surgir um período de grande agitação, ansiedade e tristeza pelo
que foi perdido. Ocorrendo um sentimento, por vezes fantasioso, ao desejar reencontrar
a pessoa amada, “seja de que maneira for”. Não consegue relaxar, dormir ou
concentrar-se em alguma tarefa. Os sonhos tendem a ser confusos e
"ver" a quem perdeu na rua, em casa ou em qualquer lugar que faça
lembrar da pessoa amada, traz esperança e acalma a dor da saudade. Frequentemente,
a pessoa em luto sente-se zangada, revoltada
e amargurada na tentativa de encontrar culpados pela morte do seu ente tão amado.
Outro
sentimento muito presente é a culpa: pensar em tudo aquilo que poderia ter
feito e/ou dito para impedir a morte. É geralmente um acontecimento que está
além do controle e a pessoa em luto
deve ser lembrada disto. A culpa também pode surgir depois do alívio pela morte
de alguém que era muito querido, mas que estava sofrendo. Este sentimento é
normal, compreensível e muito comum.
Apesar
da agitação cessar, os períodos de depressão tornam-se mais frequentes e
atingem o seu máximo passadas quatro a seis semanas da perda. Crises de choro e
angústia intensa podem surgir a qualquer momento ao lembrar daquela perda.
Algumas pessoas podem não perceber estas crises ou ficar sem saber o que fazer
quando isto acontece. Por vezes poderá evitar outras pessoas, esta atitude pode
trazer problemas futuros. Portanto será melhor que retorne à sua rotina com brevidade.
Durante este período, pode parecer estranho que a pessoa em luto passe muito tempo introspectiva: ela
está pensando em quem perdeu, recordando constantemente os períodos que
vivenciaram juntos. Esta é uma fase silenciosa e essencial à elaboração do luto.
À
medida que o tempo passa, a angústia intensa resultante do luto começa a desaparecer. A depressão diminui
e finalmente começa a pensar em outros assuntos e até em projetos para o
futuro. No entanto, o sentimento de perda nunca desaparecerá por completo.
Depois de algum tempo, é possível sentir-se de novo um ser "completo",
apesar de faltar sempre uma parte de si que nunca será substituída.
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