terça-feira, 16 de março de 2021

Luto uma experiência difícil

 


O luto é um conjunto de reações a uma perda significativa, geralmente pela morte de alguém importante em nossa vida, e quanto maior fora o apego, maior será o sofrimento do luto.

O luto é uma experiência angustiante, que faz parte da vida, mas certamente neste momento da pandemia está mais presente em muitas famílias, como nunca esteve antes.

Falava-se pouco sobre a morte, porque nos deparávamos com menos frequência. Víamos a morte de um amigo, irmão, pais, marido, entre outros, como uma experiência relativamente comum no percurso da vida. No entanto, atualmente estas perdas estão fazendo parte do nosso cotidiano, estamos travando uma batalha diante de um inimigo invisível, e cientes de sua existência.

Estamos sem tempo para aprender a lidar com o luto. Precisamos entender que a morte física é sofrida, mas é transitória, pois o corpo não responde aos estímulos vitais, mas a alma permanece ativa no plano espiritual, que necessita de muitas preces, essências para quem parte e para quem fica no plano terrestre.

Apesar das diferenças culturais, a forma como se vivencia o luto é semelhante. Embora ocorra após a perda de alguém de extrema importância, o mesmo poderá surgir em outras ocasiões, como: depois de um aborto, da morte de um recém-nascido ou a perda precoce de um filho, até mesmo por um bichinho de estimação.

Nos dias seguintes à morte a maioria das pessoas passa por uma fase de descrença, de inconformidade e ficam confusas, como se não pudessem acreditar no que aconteceu. Mesmo quando a morte é esperada, este sentimento pode surgir como um torpor ou dormência emocional. Observar o corpo da pessoa falecida para alguns pode ser um modo importante de começar a ultrapassar tal situação. Durante o velório e o enterro a realidade começa a ser encarada. Apesar de ser muito difícil lidar com o fato, surge um momento de dizer adeus àquele que tanto se ama. Contudo, estamos vivenciando uma situação em que o luto requer uma elaboração, sem este ritual fúnebre, o que nos remete na busca de mais orações para o enfrentamento desta dor.

Neste ciclo poderá surgir um período de grande agitação, ansiedade e tristeza pelo que foi perdido. Ocorrendo um sentimento, por vezes fantasioso, ao desejar reencontrar a pessoa amada, “seja de que maneira for”. Não consegue relaxar, dormir ou concentrar-se em alguma tarefa. Os sonhos tendem a ser confusos e "ver" a quem perdeu na rua, em casa ou em qualquer lugar que faça lembrar da pessoa amada, traz esperança e acalma a dor da saudade. Frequentemente, a pessoa em luto sente-se zangada, revoltada e amargurada na tentativa de encontrar culpados pela morte do seu ente tão amado.

Outro sentimento muito presente é a culpa: pensar em tudo aquilo que poderia ter feito e/ou dito para impedir a morte. É geralmente um acontecimento que está além do controle e a pessoa em luto deve ser lembrada disto. A culpa também pode surgir depois do alívio pela morte de alguém que era muito querido, mas que estava sofrendo. Este sentimento é normal, compreensível e muito comum.

Apesar da agitação cessar, os períodos de depressão tornam-se mais frequentes e atingem o seu máximo passadas quatro a seis semanas da perda. Crises de choro e angústia intensa podem surgir a qualquer momento ao lembrar daquela perda. Algumas pessoas podem não perceber estas crises ou ficar sem saber o que fazer quando isto acontece. Por vezes poderá evitar outras pessoas, esta atitude pode trazer problemas futuros. Portanto será melhor que retorne à sua rotina com brevidade. Durante este período, pode parecer estranho que a pessoa em luto passe muito tempo introspectiva: ela está pensando em quem perdeu, recordando constantemente os períodos que vivenciaram juntos. Esta é uma fase silenciosa e essencial à elaboração do luto.

À medida que o tempo passa, a angústia intensa resultante do luto começa a desaparecer. A depressão diminui e finalmente começa a pensar em outros assuntos e até em projetos para o futuro. No entanto, o sentimento de perda nunca desaparecerá por completo. Depois de algum tempo, é possível sentir-se de novo um ser "completo", apesar de faltar sempre uma parte de si que nunca será substituída.

Buscar orientação de profissionais especializados ajuda a dar sentido à vida!

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