De acordo com os especialistas, ser resiliente não significa apenas passar pelas experiências, sem vivê-las de fato, o ser humano precisa sentir o evento para conseguir ter um amadurecimento a partir do acontecimento.
Para ser uma pessoa resiliente é preciso, primeiramente, perceber o que está sentindo diante de uma situação traumática ou desagradável que foge ao seu controle. Avaliar o que se passa no seu entorno e tentar não se deixar impregnar com emoções ou palavras despejadas por outrem.
Os oito passos da
resiliência
O RESILIEIGTH foi criado a partir da
pesquisa COVIDPsiq, desenvolvido pela UFSM, que entrevistou mais de 3 mil
pessoas durante a pandemia de coronavírus. É um programa de reforço da
resiliência a fim de promover a saúde mental e prevenir transtornos mentais
decorrentes de situações de estresse e trauma.
As recomendações são embasadas em
diversos estudos sobre a resiliência em desastres, incluindo a experiência a
partir do incêndio da boate Kiss em Santa Maria.
1. Manter o corpo
sadio
Ter hábitos saudáveis e praticar
exercícios físicos. As pessoas que praticam exercícios tendem a ser mais
resilientes. Consumir produtos naturais. Evitar o consumo de substâncias,
lícitas ou ilícitas. Não deixar de fazer os tratamentos médicos em razão da
pandemia.
2. Respeitar seus
ritmos
É preciso organizar a rotina,
inclusive, para as atividades de lazer e para descanso. Temos os ritmos
biológicos, como a alimentação, o sono, o ciclo menstrual e o sexo, que exigem
determinado tempo para cada atividade. Também existem os ritmos sociais, como
finais de semana e períodos de férias. Não se deve trocar a noite pelo dia, por
exemplo.
3. Reconhecer as
emoções
Parar. Relaxar. Contemplar. Pode ser
feito em qualquer lugar, basta estar atento ao que está ocorrendo no presente,
dentro e fora de si. As emoções colorem as experiências. Os pensamentos dão
significado a elas. Focar nas emoções positivas. Lembrar que tudo tem dois
lados, e ver o lado bom, mesmo nas experiências mais difíceis. Tudo passa.
Evitar as distorções de pensamentos: "eu
sei o que estão pensando de mim"- "vai dar tudo errado, sempre"
- "se eu pegar aquele avião, ele vai cair" e/ou "foi tudo culpa
minha".
4. Ter um propósito
de vida
Propósito é algo mais do que ter
objetivos. Se ainda não há um propósito definido na vida, inventar, ter sonhos
e metas claras e realistas. Se errar, aceitar os erros e procurar acertar na próxima
vez. Planejar e executar as ações porque ninguém fará por você. É preciso ter
iniciativa e persistência.
5. Cultivar bons
relacionamentos
É preciso ser tolerante e empático.
Procurar perceber as necessidades dos outros. Evitar julgamentos. Conhecer
pessoas diferentes. Ter compaixão e tolerância. Livre-se de relacionamentos
tóxicos. Não se isolar e ampliar as relações.
6. Investir em
recursos internos
Ter uma mente limpa, ativa, atenta e
preparada. Alimentar o cérebro, desenvolver habilidades, evitar a sobrecarga de
informações, restringir o uso do celular, limitar o uso das redes sociais, investir em conhecimento e preparar-se para as adversidades da vida, mesmo que
elas não ocorram.
7. Aceitar e
agradecer
Viver um dia depois do outro. Agradecer
por quem você é, não se recriminar por não ser tão amado como gostaria, aceitar
os defeitos, mas reconhecer as qualidades, aceitar o que não pode ser mudado e
mudar o que é possível. Cada um de nós é único e especial. Em algum momento, é
preciso aceitar e seguir adiante. O passado é uma memória, e do futuro nada
sabemos. Viver o momento presente, que é o único que existe. Quando houver
perdas, agradecer pelo que ainda tem.
8. Acreditar
As crenças ajudam a dar sentido à vida e dão suporte, pois nem tudo é compreendido pela razão. Podemos ter fé numa religião, numa crença espiritual ou pessoal, e é preciso ter tolerância com as crenças diferentes. Cada um tem uma razão para acreditar. Ter uma crença dará força para suportar o inevitável. Nem toda a crença ajuda, algumas até pioram a situação. Então, como saber se a fé nos ajuda? Simplesmente quando ela nos dá paz!
Fonte: GZH - 2021
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