As falsas memórias são criadas por meio de sugestões intencionais ou acidentais. Também podem ser criadas por estímulos do cotidiano. Em todos os momentos se está suscetível a ter as memórias modificadas e, por conseguinte, passar a pensar e sentir de forma enganosa sobre si mesmo e os outros.
Desde a década passada, pesquisas realizadas na
área da saúde mental e na área jurídica têm sugerido que as emoções podem
influenciar a produção de falsas memórias. Na área da saúde mental, o fenômeno
das falsas memórias vem chamando atenção, pois alguns estudos têm relatado que
determinadas técnicas psicoterápicas, que se baseiam na recuperação de memórias
emocionais da infância, podem produzir lembranças vívidas de eventos que na
realidade não ocorreram, por exemplo, supostos casos de violência sexual sofrida
na infância. Na área jurídica, o impacto da emoção no funcionamento da memória
pode comprometer o exercício da justiça, visto que a pessoa que presenciou
algum crime, infração e/ou foi alvo de violência pode estar sujeita a
distorções de suas memórias infladas pela emoção. O
que pode levar a uma confusão mental sobre a veracidade dos fatos.
Estão sendo desenvolvidas pesquisas em laboratórios que avaliam a influência das emoções na produção de falsas memórias. Esses estudos têm utilizado, em sua grande maioria, testes de reconhecimento, negligenciando a influência das emoções na produção de falsas recordações. Tendo em vista isso será utilizado o termo falsas memórias como sinônimo de falsos reconhecimentos.
As pesquisas sobre falsas memórias colocam em cheque a veracidade dos relatos humanos. Mostram a necessidade de novas tecnologias para avaliar a adequação do que as pessoas falam. Atualmente, procura-se identificar o que acontece no cérebro quando se fala a verdade e quando se está mentindo. Mas, no caso de falsas memórias, essa tecnologia pode ser inadequada: as memórias são interpretadas pelo falante como verdadeiras, sejam falsas ou não. Portanto, se faz necessário um entendimento adequado sobre a fala e a escuta, bem como o verdadeiro sentido vivenciado desde a infância a vida adulta.
Exemplo: participantes viram um acidente de automóvel
simulado em um cruzamento com um sinal de Pare.
Depois do ocorrido, metade dos participantes recebeu uma sugestão de que o
sinal de tráfego era um sinal de passagem preferencial. Quando perguntados
posteriormente que sinal de tráfego eles se lembravam de ter visto no
cruzamento, os que haviam sido sugestionados tendiam a afirmar que tinham visto
um sinal de passagem preferencial. Aqueles que não tinham recebido a falsa
informação eram muito mais precisos na lembrança do sinal de tráfego. A informação enganosa tem o potencial
de invadir as recordações quando se fala com outras pessoas, quando
interrogados sugestivamente ou quando lê ou vê a cobertura da mídia sobre algum
evento, que talvez já tenha vivenciado.
A pouco tempo eu percebi uma memória falsa revendo o filme o bebe de rosemery.
ResponderExcluirA ultima sena do filme é muito diferente do que eu tinha na memória.